Martinho da Vila
A carreira artística de Martinho da Vila surgiu para o grande público no III Festival da Record, em 1967, quando concorreu com a música “Menina Moça”.
O sucesso veio no ano seguinte, na quarta edição do mesmo festival, lançando a canção “Casa de Bamba”, um dos clássicos de Martinho.
O primeiro álbum, lançado em 1969, intitulado Martinho da Vila, já demonstrava a extensão de seu talento como compositor e músico, incluindo, além de “Casa de Bamba”, obras-primas como “O Pequeno Burguês”, “Quem é Do Mar Não Enjoa” e “Prá Que Dinheiro” entre outras menos populares como “Brasil Mulato”, “Amor Pra que Nasceu” e “Tom Maior”, considerada até hoje sua música mais bonita.
Logo tornou-se um dos mais respeitados artistas brasileiros, além de um dos maiores vendedores de disco no Brasil, sendo o segundo sambista a ultrapassar a marca de um milhão de cópias com o CD Tá Delícia, Tá Gostoso lançado em 1995.
A dedicação à escola de samba do coração Unidos de Vila Isabel iniciou em 1965. Antes, participava da extinta Aprendizes da Boca do Mato. A história da Unidos de Vila Isabel se confunde com a de Martinho. Desde essa época, assina vários sambas-enredo da escola.
Também envolvido nos enredos da escola, criou o enredo Kizomba: A Festa da Raça, e garantiu para a Escola o seu primeiro título do Grupo Especial do ano de 1988.
Embora internacionalmente conhecido como sambista, com várias composições gravadas no exterior, Martinho da Vila é um legítimo representante da mpb, e compositor eclético, tendo trabalhado com aspectos da cultura brasileira, e criado músicas dos mais variados ritmos brasileiros, tais como ciranda, frevo, samba de roda, capoeira, bossa-nova, calango, toada, e sambas africanos.
Em setembro de 2000 concretizou, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, um dos projetos mais cultuados: a apresentação do Concerto Negro.
Idealizado por Martinho e pelo maestro Leonardo Bruno o espetáculo enfoca a participação da cultura negra na música erudita.
Como escritor tem 15 livros lançados, e faz parte da Academia Carioca de Letras, no Rio de Janeiro.
Com mais de 50 discos lançados, e com 12 indicações ao Grammy Latino, tendo vencido três, tem suas músicas imortalizadas em shows, grandes projetos como o Samba-Book, que homenageia grandes sambistas brasileiros (segundo volume do projeto) e diversos filmes e novelas de grande sucesso:
Grammys conquistados:
– Brasilatinidade (2005)
– O Pequeno Burgues (2009) regravando seu primeiro disco
– De Bem Com A Vida (2016)
Martinho continua em atividade, tendo lançado um trabalho comemorativo aos seus 80 anos, em 2018, com um show pop clássico no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, juntando sua banda a uma orquestra, que foi transformado em cd/dvd digital, e tem um novo álbum inteiramente gravado, ainda completamente inédito, a ser lançado pela sua gravadora, a Sony Music.